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Medo

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A noite já caiu faz umas horas e a madrugada faz-me pensar, a noite está calma e com ela silêncio veio, o céu tem algumas estrelas é possível vê-las da janela do meu quarto, vejo também a lua meia escondida pelas árvores mas percebe-se que está quarto crescente. Existe pouca luz, mas ainda é possível ver-se pessoas na rua apesar de serem 3 da manhã. Eu dentro deste mundo que me rodeia que faz as 4 paredes do meu quarto vou pensando, mas de repente o meu telemóvel vibra e eu acordo dos meus pensamentos em sobressalto. Mais uma chamada anónima, ultimamente tem sido frequente e então o telemóvel que vibre… Continuo a olhar pela janela, e foco-me no céu na lua. O tempo vai passando e uma mensagem surge, mas eu sei que não será de ninguém em especial então atiro o telemóvel para a cama e saio do quarto, percorro o corredor escuro tentando não fazer barulho e saio pela porta da frente, desço as escadas e sento-me na calçada. Olhei mais uma vez para o céu, e de seguida para a rua, daquele lugar eu tinha uma visão alargada, via-se as luzes no horizonte, e ouvia-se uns pequenos ruídos, uma coruja passou e eu assustei-me. Não era muito normal eu assustar-me, não tinha medo da noite, muito menos estar sozinha no meio dela. Um arrepio surgiu leve, inocente, determinado em me amedrontar e eu continuei sem perceber o porquê de tantos  sinais, voltei a subir o lance de escadas e da varanda era possível ver para além dos montes e as luzes eram mais intensas, decidi voltar para dentro, mais uma vez percorri o corredor escuro que me provocara mais um arrepio este fora mais forte que o anterior, então quase corri silenciosamente para o meu quarto, lá sentia que estava segura, lá poderia pensar em tudo o que acontecera durante estas ultimas horas. Desta vez chegara perto da janela e fechara-a. O medo percorria-me o corpo e não conseguia controla-lo, umas gotas de suor percorriam-me a cara também. Cheguei mais perto da cama e peguei no telemóvel 4:50 marcava no ecrã, e umas tantas chamadas perdidas e mais umas mensagens não lidas. Comecei pelas mensagens algumas eram de pessoas chegadas outras de apenas conhecidos. Mas as chamadas, essas eram o mesmo de sempre número privado.

Decidi deitar-me, apaguei a luz do pequeno candeeiro e fechara os olhos, mas eu sabia que não conseguiria dormir depois destes pequenos incidentes, forçava-os agora para que estes se mantivessem fechados, não queria abri-los porque estaria na escuridão. O medo estava agora a controlar-me e eu não sabia explicar o porquê, mas como era madrugada e o silêncio estava instalado, e faz com que penses em tudo até mesmo que vás buscar memórias bem lá no fundo do teu pensamento. Algumas boas, outras más mas é mesmo assim, a vida é feita de altos e baixos, onde tu tens que tentar escolher o correto para ti. E agora estou eu quase paralisada à espera que o sono se apodere de mim e que quando acordar me possa trazer a antiga pessoa que eu era, o sono que me leve o medo, a angústia e o receio. Mas eu só saberei quando acordar e por enquanto ainda nem adormeci.

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