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My story!

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Eu sei que em quase dois anos de blog sempre optei por escrever sobre os meus sentimentos, e apercebi-me que quase nada sabem de mim para além  de ser uma pessoa que teve desilusões e foi magoada, uma e outra vez... E hoje quero-vos relatar o outro lado, o que fui e o que sou hoje, e esta é uma etapa complicada, pois sempre tive a ideia de não me expor totalmente, e estou prestes a fazê-lo, são poucas as pessoas que realmente sabem a minha história, que sabem o verdadeiro porquê da minha falta de auto-estima, de ser tão tímida e calada, de preferir estar sozinha que rodeada de muitas pessoas...
Tudo começou no primeiro ano do ensino básico, uma menina que tinha caído de para quedas numa escola rodeada de crianças que nunca tinha visto. O primeiro dia sempre é complicado, e se querem que vos diga não me recordo nem um pouco dele... Mas o tempo foi passando e eu não me conseguia adaptar, pois ninguém queria brincar com a rapariguinha que usava óculos e parecia esquisita. Como sofri na altura por ter que usa-los, por ter que ouvir as outras crianças a fazer chacota, por ter de usar algo diferente que mais ninguém tinha... Foram tempos difíceis e se pensaram que foi apenas naquele ano posso esclarecer-vos que não, infelizmente tive que aguentar aquilo todos os dias que passei naquela maldita escola, e foi precisamente no último ano que eu estava completamente desgastada psicologicamente de tanto ser motivo de gozo, de passar os intervalos a um canto, a tentar que ninguém notasse a minha presença, para que não ouvisse mais uma vez aquelas malditas palavras.
As coisas foram piorando, não queria ouvir sequer a palavra "escola" porque aquilo significava para mim o verdadeiro inferno, de tal modo que eu fiquei doente tanto mentalmente como se fisicamente, os meus pais não sabiam o que eu tinha, os médicos também não,  tantos exames que fiz e nada de respostas, o tempo foi passando e piorei as febres passaram de médias a altas, entre noites no hospital lá se verificou uma mancha num pulmão, o que me levou a 3 meses de repouso em casa, e mesmo doente eu estava feliz por não estar naquele inferno, mas um dia eu tive de voltar e mais uma vez  não queria estar naquele lugar, e foi talvez aí que se aperceberam que não era apenas aquela mancha, mas algo mais se passava, foi recomendado um psicólogo e lá andei eu, melhorei felizmente, mais auto-estima, menos medo das outras crianças e como uma vitória consegui um pouco de integração.
 O tempo passou, e como previsto entrei uma nova escola na qual me dei bem,e  consegui arranjar algo que me distraía, o basquetebol, essa era a minha melhor terapia no entanto não foi por muito tempo uns 4 anos depois tive a primeira lesão, meses depois uma outra e assim sucessivamente, tantas que perdi a conta, com o passar dos anos de entorses mal curadas,as dores passaram a ser insuportáveis e como era óbvio recebi a terrível noticia "Vais ter que para de fazer qualquer tipo de exercício físico e começar por fazer fisioterapia", foi como se me tivessem dissecado na hora. Como era possível aquilo estar a acontecer comigo, porquê eu? Porque é que mais uma vez estavam-me a levarem-me para o precipício, escusado será dizer que mais uma vez me deixei ir a baixo... Mais uma vez estava eu sem rumo, sem algo que me alegrasse, e deixei-me abater, pois os tratamentos não estavam a dar certo, foram dois anos e meio pesarosos para mim, eram dolorosos e não me levaram a qualquer melhoria.
E lá estava eu no final do ano passado com o diagnóstico de uma depressão. Vocês devem-se perguntar se eu aceitei bem, nem um pouco, refutei disse que aquilo tudo era uma estupidez, não tomei qualquer medicamento que me receitaram e como se isso não bastasse todas  as vezes seguintes que ia visitar a tal médica que os prescreveu ela ficava fascinada de como eles estavam a resultar. Sim eu menti a uma profissional que nem deu conta do meu "teatro todo" bastou um sorriso rasgado para se deixar enganar. E cá estou eu hoje a escrever um breve resumo da minha história, daquilo que enfrentei, e que enfrento.
Se me questionarem se hoje ainda tenho algum preconceito em relação a usar óculos eu respondo claramente que sim, estou prestes a submeter-me a uma operação para corrigir os meus olhos.
Se me questionarem se ainda me sinto mal por não poder jogar, sim como é óbvio, mas tento me habituar à ideia que o meu pé nunca mais me vai permitir jogar. Eu tentei, fiz tudo o que me aconselharam e aceitei cada opinião dos entendidos e já não à nada a fazer, eu desisti de tentar encontrar um outro que me desse uma falsa esperança, apenas porque não me quero voltar a sujeitar a passar por isto mais uma vez e então aqui estou eu com uma lágrima que escorre e outra que me impede de me sentir realizada...
Afinal vou ser sempre aquele menininha que tem medos, e que se deixa arrastar facilmente para o precipício, que tem uma fraca auto-estima. Esta sou eu!

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